Em meio ao debate sobre a decisão da Justiça Federal que alterou os limites entre Aracaju e São Cristóvão, a deputada estadual Linda Brasil (Psol), líder da oposição na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), destacou a importância da Casa Legislativa Estadual ser protagonista na condução de uma consulta popular ampla para definir o futuro dos povoados Mosqueiro, Areia Branca, Robalo e São José. Em entrevista ao radialista Eron Ribeiro, da Rádio Jornal FM, nesta quarta-feira, 6, após a sessão plenária, a deputada reforçou que a população local, especialmente aqueles que têm uma ligação profunda com a região e dela dependem para subsistência, deve ser ouvida antes que qualquer decisão definitiva seja tomada.
Ela enfatizou a relevância do plebiscito como um meio de escutar as moradoras e moradores que vivem do contato diário com o território, como pescadores artesanais e marisqueiras, que dependem da sustentabilidade ambiental da região. Para a deputada, uma decisão desse porte deve ser tomada com o envolvimento de especialistas e a realização de debates públicos, como audiências e reuniões que esclareçam o impacto das mudanças para os habitantes locais. “A população desses povoados, que vive e preserva esse território, precisa ser ouvida. Essas pessoas precisam nos sinalizar o que pensam e como avaliam essa situação. Não é uma discussão que deve ficar apenas sob o domínio de duas gestões municipais, mas, principalmente, do povo que sofre com a falta de estrutura, de serviços e até de dignidade há muito tempo”, afirmou Linda Brasil.
Linda Brasil alertou ainda para o risco de a questão ser usada como ferramenta de disputa política. Segundo a deputada, o foco deve estar nas necessidades e interesses da população, e não em posicionamentos pessoais ou disputas partidárias. “O mais importante é ver o que é o melhor para aquela população. Independentemente se é Aracaju ou São Cristóvão, a prioridade deve ser a escuta e o respeito às necessidades daquelas pessoas, que conhecem a realidade local melhor do que qualquer um”, declarou.
A deputada concluiu seu pronunciamento defendendo um processo democrático para resolver um impasse que já se arrasta há anos e afeta diretamente os serviços públicos na Zona de Expansão de Aracaju.
Foto: Ascom
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