A deputada estadual Linda Brasil (Psol), líder da oposição na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), usou o pequeno expediente da sessão plenária desta terça-feira, 10, para informar que está ajuizando uma ação no Ministério Público Estadual, exigindo uma investigação aprofundada sobre o que chamou de “aparelhamento da máquina pública” pelo Governo de Sergipe. A denúncia se refere à criação indiscriminada de cargos comissionados em pleno período eleitoral, uma prática que, segundo a deputada, visa garantir a manutenção de projetos políticos através do uso de recursos públicos.
Linda Brasil já havia denunciado, em agosto, um decreto que transformou 13 cargos comissionados em 54. Agora, com o Decreto 781, publicado na semana passada, o governo converteu 19 cargos em outros 42, evidenciando, segundo a deputada, uma estratégia contínua de aparelhamento. “O governo demonstra que segue firme no seu projeto de empregar aliados políticos em pleno ano eleitoral. Estamos falando de 737 novos cargos criados em apenas 18 meses, um custo de R$ 8,4 milhões mensais. Isso não é gestão pública, isso é cabide de emprego!”, denunciou Linda.
A parlamentar reforçou que o problema não é a existência dos cargos em comissão, mas o abuso no uso deles, especialmente em um contexto eleitoral. “A administração pública não pode ser usada como ferramenta para garantir projetos políticos de poder. A criação desses cargos em série demonstra um claro desvio de finalidade. Por isso, estou protocolando mais uma ação no Ministério Público, porque é necessário investigar a fundo essa farra com o dinheiro público”, reforçou.
Concluindo sua fala, a deputada exigiu transparência, controle de gastos públicos e o fim do que chamou de “o maior programa de empregabilidade do governo Mitidieri”. “Não podemos aceitar mais esse tipo de movimentação política em nosso estado. É um grande absurdo. Não podemos achar normal, muito menos ficarmos de braços cruzados diante desse cenário que só reforça o que estamos denunciando aqui: só acham que o Estado deve ser mínimo para o povo. Para os seus aliados, seus amigos, para os empresários, o Estado deve ser máximo. É assim que eles operam”, concluiu Linda Brasil.
Foto: Divulgação Ascom
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