Linda Brasil critica destinação de um milhão via emenda não impositiva para contratação do DJ Alok
- Morgana Barbosa
- 8 de abr.
- 2 min de leitura

Na Sessão Plenária desta terça-feira, 8, na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), a deputada estadual Linda Brasil (Psol) denunciou a destinação de recursos provenientes de emendas não impositivas, com base nos interesses políticos do governo estadual. A parlamentar revelou que, somente para a realização do Itabaiana Festival 2025, foram pagos R$ 1.200.000,00, dos quais R$ 970.000,00 foram utilizados para a contratação do DJ Alok, conforme publicação no Diário Oficial do Estado de 7 de abril.
A deputada destacou que a liberação desse recurso ocorre em detrimento de emendas solicitadas para melhorias nas áreas da saúde e da educação. “A emenda destinada ao Itabaiana Festival 2025 é não impositiva, ou seja, o governo não é obrigado a pagar. Eu, desde o início da nossa mandata, indiquei várias emendas não impositivas para as áreas da saúde e da educação, inclusive para o Hospital Regional de Itabaiana, que precisa de dinheiro para atender à população. No entanto, nunca foi pago”, indicou a parlamentar.
A deputada revelou que os membros da oposição na Alese decidiram mover uma ação no Ministério Público Estadual para investigar justamente essas possíveis destinações de recursos com base em interesses políticos. “Se o governador destina recursos por questões políticas, é gravíssimo. Por isso, nós da oposição estamos entrando com uma ação. O governo não pode usar o dinheiro público para privilegiar alguns deputados em detrimento de outros que estão trabalhando para atender às necessidades essenciais da população. Na minha avaliação, é injusto. É o dinheiro público sendo utilizado para fazer politicagem”, frisou.
Além disso, a parlamentar expressou profunda indignação diante da desproporcionalidade do investimento em relação às demandas das fazedoras e dos fazedores de cultura em Sergipe. “Nossos artistas, nossos mestres e mestras de cultura enfrentam dificuldades para garantir o mínimo. Vemos equipamentos de cultura abandonados em todo o estado. Enquanto isso, 1 milhão de reais é destinado para a contratação de um único artista”, considerou a deputada.
Linda Brasil relembrou ainda que, em reunião com a FUNCAP, já havia alertado para a necessidade urgente de valorização dos cachês de artistas locais — pauta que continua ignorada. “Convidamos a todos e todas a pensar qual é a real prioridade de nossa política cultural. Sergipanidade seguirá sendo um mero slogan para a propaganda do governo? Ou assumiremos o compromisso inalienável com a cultura sergipana e seus fazedores? Cultura é política pública. Cultura é riqueza. Cultura é futuro”, declarou.
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