No Grande Expediente da sessão plenária desta quarta-feira, 23, a deputada estadual Linda Brasil (Psol), líder da oposição na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), fez um discurso sobre os processos históricos relacionados às lutas das pessoas trans e travestis na sociedade. A fala da deputada foi alusiva ao Dia Internacional pela Despatologização Trans, celebrado ontem, 22.
Linda começou destacando a representatividade da data e da sua atuação política na Alese. “Hoje, eu preciso falar sobre essa data que é muito importante para mim. Pois eu me propus a lutar pelas pessoas vulnerabilizadas a partir do meu lugar de fala, de pessoa travesti e transexual. Precisamos falar sobre a estigmatização que sofremos de setores retrógrados da nossa sociedade, como uma parte mínima da medicina que usa o determinismo biológico para reduzir, limitar e invisibilizar nossas existências. Eu vou lutar todos os dias para derrubar essa estigmatização sobre a população transexual”, iniciou a deputada.
A deputada lembrou que as pastas da Saúde e da Educação estaduais são essenciais para a defesa dos direitos da comunidade travesti e transexual. “Precisamos falar sobre a educação, pois a luta pelos direitos dessa minoria vulnerabilizada passa pela escola. Vivemos tempos de ideologias fascistas e excludentes, como é o caso da ‘escola sem partido’, que afirma existir influência sobre sexualidade ou gênero de crianças e adolescentes e isso não existe! O que existe são crianças e adolescentes transexuais que têm suas existências negadas negligenciadas, que são expulsas de casa por serem quem são. E as consequências dessas violências vão desde o suicídio à prostituição compulsória pela falta de oportunidades de trabalho e subsistência, então eu personalizo essa luta também”, afirmou.
A deputada trouxe ainda a importância do acesso à Saúde. “Precisamos lutar também para que a população transexual e travesti tenha acesso aos serviços de saúde, pois faltam profissionais capacitados e a discriminação institucional já começa por aí. É fundamental que pessoas trans tenham acesso a cuidados integrais como os ambulatórios trans que disponibilizam as terapias hormonais, o atendimento psicológico, cirurgias, então precisamos de políticas públicas de saúde que considerem essas vulnerabilidades para que haja o verdadeiro combate dessas desigualdades”, analisou.
Linda concluiu o discurso lembrando que há uma distorção de narrativas porque os movimentos fundamentalistas são contrários a essas pautas. “O Supremo Tribunal Federal está trazendo algumas garantias desses direitos que começou pela decisão, em 2018, para que nós pessoas trans, possamos alterar o nosso nome e a identidade de gênero. Isso é de extrema importância porque a partir do momento que podemos nos definir pelos nossos nomes, isso aumenta a nossa autoestima e nos ajuda a ocupar e transformar espaços na sociedade, principalmente espaços que nos foram negados, como a política que é um espaço de poder, que eu ocupo atualmente e que é muito importante para defendermos as nossas pautas” concluiu a parlamentar.
Foto: Ascom
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