Na sessão legislativa de hoje, 25, a deputada estadual Linda Brasil (Psol) chamou atenção para os dados revelados pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e divulgados pelo jornalista Adiberto Souza, de que Sergipe é o 10º estado do Brasil em taxa de pobreza (44,1% da população). O estudo usa as linhas de pobreza e extrema pobreza do Banco Mundial e os dados foram convertidos por meio de critérios de paridade de poder de compra.
“É uma taxa que representa quase metade da população do estado e diz respeito à falta de prioridades do Governo que se mostra muito eficiente em realizar festas com bandas de fora e grandes obras em detrimento do combate à fome. E quando falamos em geração de emprego e renda a situação é ainda pior”, detalhou a deputada.
Linda Brasil ainda criticou o programa Prato do Povo, apresentado como uma solução, mas, na avaliação da parlamentar, aprisiona cidadãs e cidadãos sergipanos no ciclo do assistencialismo, indo de encontro à política pública de assistência social.
“O Prato do Povo é um programa ineficiente e supérfluo que não traz melhorias para a vida da população e funciona em apenas 21 municípios dos 75 que temos. Além disso, trata-se de um programa que coloca as pessoas em situação de humilhação. Precisamos que esse programa seja verdadeiramente revisto e colocado numa configuração de política de estado e não de governo com intenções eleitoreiras. Que o Governo apresente uma política pública eficiente e a longo prazo de combate à fome, transferência de renda e geração de emprego e renda. Não podemos morar em um estado rico, como Sergipe, e vermos quase metade da população em situação de extrema vulnerabilidade”, cobrou a deputada.
Dados sobre a pobreza e extrema pobreza
O estado de Sergipe tem mais de 1 milhão de pessoas em situação de insegurança alimentar, de acordo dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).
Os valores mensais das linhas de pobreza e extrema pobreza ficaram, respectivamente, em R$ 664,02 e R$ 208,42, por pessoas, e as pessoas que vivem com quantias inferiores a essas são consideradas extremamente pobres.
“O Prato do Povo é uma humilhação do povo. E, em ano de eleição, o programa tem servido como propaganda eleitoral antecipada, às custas da espetacularização da pobreza das e dos sergipanos. Diante do nosso cenário esse programa é uma vergonha”, reforçou Linda Brasil.
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