Na noite desta segunda-feira, 26, a deputada Linda Brasil (Psol) realizou o Conselho Popular sobre a Educação Indígena e o convidado foi o diretor do Departamento de Línguas e Memórias Indígenas no Ministério dos Povos Indígenas, Eliel Benites. Na oportunidade a deputada provocou o debate a respeito da educação, mas também da necessidade da sociedade como um todo trazer a cosmovisão indígena como forma de reparação de diversos aspectos sociais como a cultura e a saúde.
A deputada abriu o evento explicando que a sua mandata é realizada diariamente buscando a reparação histórica dos grupos vulnerabilizados, como as mulheres, as comunidades indígenas e que os Conselhos Gestores são realizados com a perspectiva de sempre convidar uma pessoa de referência nacional pelas lutas pelos direitos humanos. Linda lembrou também que esteve na escola indígena da comunidade Xokó e que lá refletiu muito sobre a necessidade de cada território indígena ter a sua própria escola. “Precisamos garantir que cada território indígena tenha sua própria história, que garanta um ensino de qualidade baseado no respeito à história e cultura dos povos indígenas”, destacou a deputada.
O conselho foi dividido em blocos de três perguntas e participaram jornalistas, professoras e membros de comunidades indígenas que fizeram perguntas sobre políticas públicas, sobre a cosmovisão indígena em relação ao apocalipse climático, sobre o respeito à cultura indígena e a realidade da educação nas comunidades indígenas.
Eliel Benites trouxe a importância da educação indígena que respeita a história, a cultural, a espiritualidade e, principalmente sobre a importância do resgate das línguas indígenas, do ensino de Letras Indígenas no currículo das universidade, mas também da criação da Universidade Indígena. “Precisamos resistir a nos tornamos seres sem consciência e para isso, precisamos conscientizar a juventude para que possamos formar jovens e crianças resistentes, pois são eles que ficarão. O Bem Viver começa pela consciência, por uma escola que dialoga com saberes tradicionais e que busca o diálogo permanente com metodologias que constroem saberes a partir dos valores indígenas, valores humanos e de sustentabilidade”, afirmou o diretor do Ministério dos Povos Indígenas.
A professora Edinalva Serigy Tupinambá participou do Conselho e falou sobre a importância do levante da língua. “Esse é um debate extremamente importante, pois é através da busca pela nossa ancestralidade, inclusive linguística que nós seremos libertados, conscientizados e que poderemos contribuir com gerações futuras fortes e defensoras dos direitos e saberes indígenas”, destacou.
A deputada Linda Brasil falou sobre a realidade de Sergipe, que é de muita dificuldade inclusive em destinar emendas para fortalecer a educação indígena. Mas afirmou que está empenhada em se somar à luta indígena. “A carga de preconceito com as comunidades indígenas tem que ser quebrada e esse é um espaço para discutirmos, no âmbito estadual, o que pode ser feito, para trazermos oportunidades para as comunidades indígenas em nosso estado”, concluiu a deputada.
Nesta terça-feira, às 14h, a manda da deputada Linda Brasil vai realizar o Seminário “Caminhos ancestrais: diálogos para o fortalecimento da saúde indígena e estratégias para o futuro”, a partir das 14h. O evento será online e o link estará disponível nas redes sociais da deputada.
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