A deputada estadual Linda Brasil (Psol) aproveitou sua fala no grande expediente da sessão plenária desta quinta-feira, 20, para repudiar a fala de um apresentador de rádio e parlamentar da Câmara de Vereadores de Tobias Barreto. A deputada tomou conhecimento de um vídeo, que circula nas redes sociais, no qual o comunicador profere ofensas de cunho LGBTQIA+fóbico e afirmou que vai acionar juridicamente o comunicador e a rádio na qual as ofensas foram veiculadas.
A deputada disse que não vai deixar que esse crime de ódio fique impune. “Nós precisamos responsabilizar as pessoas que cometem crimes e nós não vamos tolerar que um crime dessa gravidade, pois há o agravante desse radialista falar para toda uma região. Se trata de um crime de ódio e isso não é mimimi, estamos tratando de vidas de pessoas que são expulsas de casa, como uma assessora da minha mandata que foi expulsa de casa com onze anos, de pessoas que são empurradas para a prostituição, pois não têm acolhimento, são expulsas das suas famílias por suas identidades de gênero”, enfatizou a deputada.
De acordo com Linda, não é a primeira vez que o radialista insulta a população LGBTQIA+, inclusive, sendo conhecido pelas agressões proferidas contra mulheres. A deputada citou um encontro de comunicadores no qual o indivíduo proferiu palavras e insultos às mulheres, inclusive à ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. “O episódio LGBTQIA+fóbico se soma a uma série de violências proferidas por ele, o que reflete o uso da violência como subterfúgio daqueles que buscam disfarçar com polêmica a própria incompetência”, analisou Linda.
Linda afirmou ainda que vai acionar a Justiça, por meio da sua Mandata, junto com a Associação de Travestis Unidas na Luta Pela Cidadania (Unidas) e a Amosertrans. “Isso não vai ficar impune e vamos acionar a rádio onde este comunicador trabalha para termos o direito de resposta, e o pedido de desculpa e retratação pública dele, assim como vamos pedir a retirada do programa do ar de todas as redes e mídias”, sentenciou. A parlamentar ponderou que se a rádio não atender ao pleito da sua Mandata, vai ser dado continuidade ao processo por meio de um boletim de ocorrência pelo crime de Racismo LGBTQIA+ifóbico cometido, ela irá entrar com uma representação junto ao Ministério Público e à Anatel, além de mover uma Ação Civil Pública de obrigação de fazer e indenização.
Foto: Divulgação Ascom
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