A deputada estadual de Sergipe, Linda Brasil (Psol), voltou a criticar o feminismo por oportunismo durante o pleito para a prefeitura de Aracaju. Desta vez, a parlamentar, símbolo das lutas feministas e trans feministas no estado, condenou as falas da candidata bolsonarista Yandra Moura (União Brasil), que, por meio de discurso de ódio, estimulou o desrespeito contra mulheres que apoiam outra candidatura na capital sergipana.
A deputada começou o seu posicionamento lembrando da luta histórica feminina pelo direito ao voto. “A nós, mulheres, direitos básicos sempre foram negados. E com o voto não foi diferente. Somente o conquistamos após muitas lutas. Por isso, é importante refletirmos sobre como esse direito ainda é ameaçado, especialmente quando se trata de mulheres. Recentemente, uma candidata à prefeitura de Aracaju desrespeitou a escolha política de mulheres que votam em outro candidato, afirmando que essas não mereciam respeito”, escreveu.
Para a deputada, é inaceitável que uma candidata, que se autoproclama defensora das mulheres, utilize o feminismo de forma oportunista como uma bandeira momentânea, convenientemente alinhada a seus interesses eleitorais. “Sua trajetória política contradiz o que agora tenta representar. Apoiar o bolsonarismo, um projeto fascista que reiteradamente ataca os direitos das mulheres e busca mantê-las em uma posição de subserviência, expõe sua incoerência. Inclusive, não podemos esquecer o PL 1904, que criminaliza o aborto e propõe pena maior para mulheres vítimas de violência do que os próprios estupradores. Onde estava essa candidata quando o direito das mulheres estava sendo atacado? “, questionou Linda.
Voto Consciente
No posicionamento, a deputada voltou a pedir consciência no voto, lembrando que não basta votar por ser mulher. “Precisamos votar em mulheres comprometidas, que de fato se levantem contra o machismo estrutural e que defendam os direitos das mulheres com consistência e coragem. Não é apenas sobre gênero, mas sobre postura, coerência e compromisso. Mulheres que verdadeiramente representam suas iguais não se calam diante de ataques aos seus direitos, não compactuam com projetos que subjugam, desumanizam e negligenciam a vida feminina”, concluiu.
Foto: Ascom
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